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Cachaça e Gastronomia

Cachaça e Gastronomia

Data de Publicação: 1 de setembro de 2017 11:05:00

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Por Chef Leo Moraes*

    Quando falamos da cachaça, lembramos imediatamente da caipirinha, do samba ou do futebol.  Isso é cultural, ou seja, são paixões inseridas ao longo dos anos no nosso cotidiano, vindo a se tornar um símbolo nacional.  Todos os países produzem uma bebida de origem própria, geralmente oriunda de produtos nativos ou que tiveram relação histórica com o desenvolvimento de sua economia e cultura.  Na França temos o vinho, Escócia o Whisky, ou no México a tequila.  No nosso caso temos a cachaça.  Uma bebida oriunda da fermentação alcoólica da cana de açúcar, presente desde a época do Império e que ainda é de suma importância para a economia do Brasil.

   A cachaça é uma bebida tão tradicional que cada cantinho de nosso imenso país tem um sinônimo: - caninha, cachaça, abrideira, aca, aço, a-do-ó, água-benta, água-bruta, água-de-briga, água-de-cana, água-que-gato-não-bebe, água-que-passarinho-não-bebe, aguardente de cana, aguarrás, águas de setembro, aninha, a-que-matou-o-guarda, arrebenta-peito, azougue, azuladinha, azulzinha, bagaceira, baronesa...

   Muitos não sabem, mas pela legislação brasileira existe uma diferença entre a cachaça e a caninha (pinga).  A primeira é feita a partir da borra ou do melaço da cana de açúcar (sobras da fabricação do açúcar) e a segunda é feita da garapa, o caldo de cana.  Porém, ambas chegam ao consumidor final sem diferenciação.  A melhor fica por conta de cada um.

   Tive o prazer de participar da excelente da primeira “Feira da Cachaça de Vassouras” que ocorreu entre os dias 18/08 e 20/08.  O público pôde degustar marcas já conhecidas e novidades surpreendentes.  O que dizer da Werneck envelhecida e já premiadíssima, das misturas feitas pelo alambique Carvalheira e da Magnífica, velha amiga do meu paladar.  Também estavam as deliciosas Vieira e Castro, Fazenda Ribeirão, Pilão e Cachoeira.

   Cheguei na sexta, 18, e me surpreendi com a estrutura da festa e a linda paisagem da Estação de trem antiga, cartão postal da cidade.  A feira contou com uma área gastronômica formada por foodtrucks e barraquinhas, um palco onde ocorreram vários shows e a parte principal reservada às cachaças.  Encontrei o Sérgio, do Cozinha de Quintal que me brindou com uma carne de sol com aipim deliciosa.  Para acompanhar, uma cachaça envelhecida Werneck.  Passei logo para a degustação das pingas.  Após essa dura tarefa fui pensar em alguns pratos para apresentar no bate papo que rolaria no dia seguinte, não antes de finalizar a noite com um hambúrguer do Rock in Truck.

    Já no sábado durante o bate papo apresentei 4 pratos, 2 salgados, a linguiça de Juparanã acebolada e um strogonoff flambado na cachaça e não no conhaque como de costume e 2 doces, um mousse de chocolate com cachaça de café e uma banana com cachaça de banana e cachaça de canela, aí vai a receita de um salgado e um doce:

Linguiça acebolada na cachaça:

Ingredientes:

1 pacote de linguiça de Juparanã picada na grossura de 1 dedo

1 cebola média picada e m meia lua

1 dose de cachaça envelhecida

Azeite Q.B.

Pimenta do reino e sal Q.B. ( quanto baste)

Modo de preparo:

Colocar o fio de azeite, fritar a linguiça e reservar.  Na mesma frigideira colocar mais um fio de azeite e dourar a cebola.  Juntar a linguiça, misturar e acrescentar a cachaça, misturando bem para distribuir uniformemente seu sabor.  Corrigir sal e pimenta.

 

Banana na cachaça:

 

Ingredientes:

4 bananas nanicas maduras picadas

1 dose de pinga com canela

2 doses de cachaça com banana

1 colher de manteiga se sal

1 pitada de sal

Modo de preparo:

Colocar a manteiga juntamente com a banana e deixar ir amolecendo.  Acrescentar a pinga de canela, misturar e deixar o álcool evaporar.  Colocar a pinga de banana e fazer o mesmo processo.  Finalizar com uma pitadinha de sal.

 

Imagem da Galeria Chef Léo Moraes na Feira da Cachaça de Vassouras
Imagem da Galeria Feira da Cachaça de Vassouras
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