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Entrevista com Marcelle Sales, presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária
Data de Publicação: 14 de outubro de 2025 13:38:00
A valenciana Marcelle Sales é uma guerreira na defesa da preservação da memória ferroviária e na divulgação da história do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e do Vale do Café. Tem grande atuação nos municípios fluminenses. Tem angariado apoio em muitos municípios, ampliado o acervo da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária, instituição que preside e contribuído bastante para que cada vez mais se leve a sério a memória de uma parte tão importante do passado brasileiro, mas importante também para o presente e para o futuro. A Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) é uma instituição que reúne interessados no resgate, na memória e na história ferroviária no Estado do Rio de Janeiro. Foi fundada em 30 de abril de 1999 por membros da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, cuja missão principal é reativar antigas ferrovias no Estado do Rio, em especial a Mauá e promover a preservação ferroviária, incentivando a atividade turística e cultural através das memória das ferrovias.
REVISTA VALE DO CAFÉ: Quem é Marcelle Sales?
Marcelle Sales: Marcelle de Souza Sales, 43 anos, é historiadora com especialização em Museologia e atua há quase duas décadas com pesquisa histórica, patrimônio e memória. Natural de Valença (RJ). Nos últimos anos aprofundei meus estudos com foco no patrimônio e preservação da memória, gestão de exposições, curadoria e também produção cultural e captação de recursos através das leis de incentivo à Cultura. Em 2024 atuei como delegada de Patrimônio Cultural pelo Estado do Rio de Janeiro, na Conferência Estadual de Cultura e como suplente na Conferência Nacional. Até agosto de 2025 ocupei a cadeira de Museus e Espaços Culturais no Conselho de Cultura de Valença e integrei o Conselho de Turismo de Valença.
REVISTA VALE DO CAFÉ: Nos conte um pouco do seu trabalho atualmente:
Marcelle Sales: Atualmente, sou consultora de projetos culturais na Urbanística, escritório da renomada Arquiteta Denise Vogel, com atuação nacional. Atuo na associação dando consultoria para os municípios, construindo parcerias para exposições e outras atuações em conjunto.
REVISTA VALE DO CAFÉ: Quando e como você assumiu a presidência da Associação e como surgiu sua relação com as ferrovias e qual a sua relação com o trem? Por que a escolha dessa missão?
Marcelle Sales: Minha relação com temas ferroviários é antiga. Ainda cursando Faculdade de História, no ano de 2006, fui eleita Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia de Valença (CESVA- UNIFAA). Ao assumir o diretório, implantei diversas iniciativas voltadas ao fortalecimento da história local, onde consegui a reativação de espaços culturais e criei junto com os demais membros do diretório , o Núcleo de Apoio a Museus e Espaços Culturais de Valença. Através desse núcleo, reunimos à época, 36 estagiários para atuar nos espaços de memória, auxiliando na catalogação, higienização de objetos e recepção de visitantes. Para os alunos a experiência foi fundamental, agregando aprendizado prático, horas complementares de estágio e enriquecendo seus currículos acadêmicos. Esse projeto durou até 2008, quando me formei. Infelizmente a iniciativa não teve continuidade. Porém, foi nesse período, realizando trabalhos acadêmicos, conheci de perto o Museu Ferroviário de Valença, seu fundador Sebastião Vitor, e me encantei pela memória ferroviária . Infelizmente, em 2011, sofri um grave acidente, passando por duas cirurgias no cérebro, o que me afastou da pesquisa e dessas iniciativas por um longo período. Em 2020, durante a pandemia voltei a estudar e comecei a ajudar no trabalho e consolidação da UVAFER – União Valenciana de Preservação Ferroviária. Com frequência vou a seminários ferroviários dentre outros temas e participo de grupos ligados à memória e preservação ferroviária. Recebi o convite da Diretoria da AFPF para atuar na Associação como assessora de projetos especiais e em oito de março deste ano, fui eleita presidente da Instituição.
REVISTA VALE DO CAFÉ:Como tem sido o trabalho na AFPF?
Marcelle Sales: que no próximo dia primeiro de outubro assinará com a AFPF um termo de Colaboração técnica. A Urbanística também está estreitando os laços da Associação com o Instituto Niemeyer de Brasília que também pretende desenvolver projetos conosco. Parcerias que serão fundamentais para o desenvolvimento dos trabalhos da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária.
REVISTA VALE DO CAFÉ:Quais foram os planos traçados para a sua gestão?
Marcelle Sales: Assumir a presidência e liderança da AFPF, instituição de alcance nacional, tem sido um enorme desafio e também uma grande honra, afinal pela primeira vez na história do movimento ferroviário, duas mulheres- eu e Sônia Mattos- estamos a frente de uma Associação, demonstrando que a memória sobre trilhos também se fortalece com a força feminina. Já nesse primeiro ano de gestão, iniciamos em Agosto, o desenvolvimento do Projeto Trem Turístico Cultural Expresso Rioverdense nas terras Altas da Mantiqueira, Minas Gerais. Participamos e ganhamos o chamamento público que envolve um importante Conjunto Arquitetônico Ferroviário na cidade de São Sebastião do Rio Verde-MG, com 20 km de linha permanente, pontes, passagens de nível, uma locomotiva Maria Fumaça, duas estações ferroviárias, carros de passageiros entre outros equipamentos. Em breve iniciaremos a operação no local, e também projetos de educação patrimonial, criação e implantação de um Centro Cultural ferroviário entre outras atividades de valorização e preservação desse acervo tombado pelo município. Essa operação ligará a cidade ao município de São Lourenço- MG.
REVISTA VALE DO CAFÉ: A Associação atua em todo o Estado do Rio de Janeiro?
Marcelle Sales: Sim, a atuação da Associação é em nível nacional.
REVISTA VALE DO CAFÉ:Sua atuação profissional vai além da presidência da Associação, pode falar um pouco mais sobre isso?
Marcelle Sales: Minha atuação profissional engloba produção executiva e captação de recursos via leis de incentivo à Cultura. Em 2022, fundei a Produtora Lumens, ao lado dos profissionais Haroldo Toledo, Marcelo Macedo e Marcelo Leite, realizando duas produções de longa-metragem: “Sob a Luz da Glória”- registro histórico da Festa de Nossa Senhora da Glória em Valença, e “Quando a Banda Passa”, documentário que conta a trajetória da centenária Sociedade Musical Progresso de Valença e sua importância histórica cultural para cidade de Valença Atuo como produtora do cantor, escritor e poeta Gabriel Lemuriano.
REVISTA VALE DO CAFÉ:Como está a atuação da Associação no Vale do Café?
Marcelle Sales: Tenho concentrado esforços também junto à equipe da AFPF, no Vale do Café, região de relevância histórica, cultural e turística, com vasto acervo ferroviário a ser resignificado e preservado. Entre as iniciativas em andamento, destaco:
Vassouras (RJ): parceria na Estação Viva com exposições e eventos voltados para a memória ferroviária, onde através da Secretaria de Turismo, participamos inclusive da reabertura da Estação e realizamos em abril no Centro Cultural Cazuza – Seminário de Preservação da Memória Ferroviária, em comemoração ao Dia do Ferroviário (30 de abril);
Barra do Piraí (distrito de Ipiabas): Participamos do IV Encontro de História e Patrimônio Cultural em parceria com a Secretaria de Cultura e IAPAC em 20 de junho;
Participamos em parceria com a Secretaria de Turismo de Barra do Piraí do III Encontro de Ferromodelismo no último dia 13 de setembro. Estamos trabalhando na organização para que a exposição ”Entre Trilhos e Memórias” fique permanente por alguns meses na estação de Ipiabas. O espaço será aberto ao público em breve;
Mendes (RJ): Estamos desenvolvendo uma parceria com a Prefeitura para ativação de um equipamento de memória ferroviária na cidade entre outros projetos culturais;
Valença (RJ): Temos importantes projetos em andamento. O Museu Digital-Valença sobre Trilhos, em análise final para direcionamento do recurso via MRS/ANTT, que visa transformar um carro de passageiros histórico ( um dos últimos carros fabricados em Valença,) onde o “passageiro” terá uma experiência imersiva de realidade virtual sobre a memória ferroviária .Enviamos em maio para a MRS , um estudo preliminar para iniciar o estudo de implantação do Trem turístico Vale do Café . A proposta é que esse trem conecte as cidades de Barra do Piraí, Vassouras, Valença, até Lacerda onde é possível envolver também o município de Rio das Flores. A proposta já foi analisada pela concessionária, que apresentou várias questões e solicitou um estudo de viabilidade para nova análise. Essa iniciativa gerou nos prefeitos das cidades envolvidas, o interesse em realizar um consórcio para colaborar nesse estudo de viabilidade, e na implantação, caso o estudo seja aprovado pela MRS /ANTT. Estamos solicitando ao Prefeito Saulo Corrêa e ao secretário de Cultura e Turismo Antônio Carlos da Silva, que através de chamamento público , seja direcionado os espaços ferroviários que estão em cessão de uso para o município e que devem ser utilizados para Cultura e memória ferroviária , dentre eles a Estação de Juparanã, seguindo as leis 13.019/2014 e a lei de Licitações 14.133/20121. Todas essas iniciativas visam a Preservação do Patrimônio Material e imaterial ferroviário e a divulgação da memória ferroviária do Brasil.
REVISTA VALE DO CAFÉ:Como a Associação pode contribuir com a preservação da memória ferroviária do Brasil?
Marcelle Sales: O trabalho é intenso, uma vez que temos muitos equipamentos pelo pais para ser recuperado, fiscalizado, preservado etc. Nos últimos 26 anos a Associação fez a salvaguarda de muitos equipamentos culturais ferroviários, acervos, maquinários e sigo dando continuidade com uma equipe excelente, técnica e eficaz. Isso facilita muito os trabalhos da AFPF atualmente.Preservar o Patrimônio ferroviário é manter viva a memória que nos conduz ao futuro.
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Como é bom ler esse tipo de matéria, e prazeroso saber que ainda tem pessoas interessadas em restaurar, se dedicar, se entregar nesse tipo de trabalho!!! Parabéns Marcelle, que pessoas como você,sejam reconhecidas mundialmente... Vc merece todos os aplausos...
Como é bom ler esse tipo de matéria, e prazeroso saber que ainda tem pessoas interessadas em restaurar, se dedicar, se entregar nesse tipo de trabalho!!! Parabéns Marcelle, que pessoas como você,sejam
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