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Raio X do Tráfico Negreiro no Brasil
Data de Publicação: 1 de junho de 2017 11:07:00
Elaboramos algumas estatísticas a partir do site http://www.slavevoyages.org/ que apresenta um Banco de Dados do Tráfico Transatlântico de Escravos e reúne informações sobre quase 36.000 viagens negreiras que embarcaram à força mais de 10 milhões de africanos para serem transportados até as Américas, entre os séculos XVI e XIX. Um apanhado de informações que oferece a pesquisadores, estudantes e o público em geral uma oportunidade de redescobrir a realidade de um dos maiores deslocamentos forçados de seres humanos na história do mundo. Além dos números, há informações bem precisas sobre nome do navio e inclusive do capitão que o conduzia.
Mais de 10 milhões de seres humanos sequestrados
É difícil saber quantos africanos foram trazidos para o Brasil ao longo de mais de três séculos de tráfico negreiro. Muitos registros que poderiam tornar os dados mais precisos foram perdidos ou destruídos. As estimativas indicam que quase seis milhões de pessoas desembarcaram só nos portos brasileiros para serem vendidas como escravas, de meados do século XVI até 1850, quando o tráfico foi oficialmente abolido pela Lei Eusébio de Queiroz.
Origem do sequestro
Dos africanos trazidos ao Brasil para serem escravizados a maioria pertencia à África Centro-Ocidental e Santa Helena: Essa região atingiu a impressionante marca de mais de 4 milhões de africanos sequestrados.
Senegambia: 221.612 embarcados / 177.625 desembarcados
Serra Leoa: 16.907 embarcados / 14.960 desembarcados
Costa do Barlavento: 9.248 embarcados / 7.974 desembarcados
Costa do Ouro: 68.394 embarcados / 62.170 desembarcados
Golfo do Benim: 1.009.212 embarcados / 908.044 desembarcados
Golfo de Biafra: 156.167 embarcados / 133.431 desembarcados
África Centro-Ocidental e Santa Helena: 4.018.540 embarcados / 3.507.222 desembarcados
Sudeste da África e Ilhas do Oceano Índico: 348.185 embarcados / 288.390 desembarcados
Campeão da barbárie
Em todo o mundo, o Brasil é o país que mais sequestrou pessoas no continente africano para forçá-las à escravidão entre 1.500 e 1889. Foram quase 6 milhões de pessoas.
Brasil: 5.848.265 embarcados / 5.099.816 desembarcados
Uruguai: 1.061.524 embarcados / 884.922 desembarcados
Grã-Bretanha: 3.259.440 embarcados / 2.733.322 desembarcados
Países baixos: 554.336 embarcados / 475.240 desembarcados
EUA: 305.326 embarcados / 252.652 desembarcados
França: 1.381.402 embarcados / 1.164.967 desembarcados
Dinamarca / Báltico: 111.042 embarcados / 91.734 desembarcados
Principais rotas
As quatro principais rotas dos navios negreiros que ligaram o continente africano ao Brasil foram as da Guiné, Mina, Angola e Moçambique. Elas concentravam o comércio de seres humanos.
Nem todos chegavam ao destino
15% em média não chegava ao destino.
Embarcados: 12.521.335
Desembarcados: 10.702.653
Negócio altamente lucrativo
Em 1843, um capitão de barco negreiro pagava na África, em espécie, o correspondente a 30$000 ou 40$000 (trinta ou quarenta mil réis) por negro e os revendia para intermediadores por 140$000 (cento e quarenta mil réis). Estes, por sua vez, vendiam os escravos a preços entre 500$000 e 700$000 500 e 700 mil réis).
O grande destino brasileiro
Entre 1500 e 1856, a cada cinco pessoas no mundo que foram escravizadas, uma foi levada para o Rio de Janeiro.
Origem dos escravos que vieram para o Vale do Café
Um grande número de escravos foi trazido também para o Vale do Café. Não há dados precisos e há muito controvérsia sobre o tema. A origem principal é o antigo reino do Congo, que corresponde hoje, quase que totalmente à Angola.
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